domingo, 23 de maio de 2010

A Solidão x o Ato de Estar Sozinho

Toda vez que alguém reclama de estar sozinho, eu fico me pergutando se isso é realmente um problema.

Solidão é um problema grande. Não ter companhia ou apoio deixa a vida triste e vazia, mas um amigo de VERDADE (letra maiúscula / caixa alta) contribui, apoia, diverte e - NÃO RESPONDA AINDA - Respeita seu espaço. E ainda nem estamos falando de amor.

O respeito a sua vontade, gosto, jeito, idéias valem muito mais q uma companhia para garantir um status ou alguém ao lado que não está realmente envolvido com você. O amor? Vale MUITO, desde que também respeite sua personalidade.

Por essas e outras, as vezes é bom estar sozinho. Porque tranquilo comigo, tenho paz suficiente para nunca me sentir solitário.

Estar sozinho é não ter alguém ao lado, fisicamente, o que se resolve rápido. Estar solitário é não ter alguém para dividir as alegrias ou tristezas ou dar suporte. E isso, surpreendentemente, pode ocorrer num relacionamento de 30 anos ou no meio da avenida Paulista. Por isso, a gente tem que tomar cuidado com o que pede. Estar sozinho as vezes, é uma beeeenção pra se preparar pra próxima companhia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Hit Parede no. 8 - Signature, Joe



Na semana passada, ao ver os 10 álbuns mais vendidos na Billboard, conheci "Signature", o novo do Joe. Fiquei curioso, pois o cara é um vocalista de primeira que está há alguns anos sem colocar um álbum no Top 10.

"Signature" é muito bom e chama a atenção em dois pontos:
1) Joe é também um grande produtor. A instrumentação e o clima do CD são muito bem cuidados, fazendo um Soul de qualidade com um som espetacular, sem parecer obsoleto. E olha que a influência de Marvin Gaye é muito clara, até pela bela regravação de "Come Get to This".

2) O ponto negativo: a necessidade em "soar atual" pode ter custado a qualidade nas letras no álbum. Em algumas é perceptível a influência do R.Kelly, no estilo "quero te pegar no colo, te deitar no solo e te fazer mulher". Óbvio demais. Os arranjos são muito mais cool do que as letras. O Maxwell, por exemplo é muito sutil sobre os mesmos temas.

Dito isto, o cara merece o crédito de fazer um álbum bom de ouvir do começo ao fim - Raridade em tempos de download e economia das gravadoras. "Sex Girl" e "Miss My Baby"tem um groove incrível e são "hits" o suficiente para ficarem na cabeça. Nas muitas baladas, a instrumentação ganha destaque com influência dos anos 70, com metais, flauta e guitarra do Soul tradicional. "Wanna Be Your Lover", "Very Special Friend"e "Worst Case Scenario" são ótimos exemplos disso.

Não entendo porque o primeiro single é "Majic", a única balada que parece sobra de um CD do R. Kelly, mas enfim... "Signature" é Soul dos bons e foi ajudado pelo lançamento simultaneo ao novo do Maxwell (Black Summer's night) - que trouxe a old school do soul de volta as rádios.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Hit Parede no. 7 - Leave This Town, Daughtry



O novo álbum de Chris Daughtry aposta em algo meio abandonado nas últimas décadas: hard rock pop com boas melodias. Os anos 80 banalizaram o estilo com milhares de clones do Eddie Van Halen. Kurt Cobain colocou uma pá de cal no estilo e só agora a gente consegue ouvir de novo um rock melódico, sem se sentir meio fã do Menudo.

As trilhas das propagandas do cigarro Hollywood não fizeram tanto sucesso à toa. O Daughtry resgata suas belas melodias e muita energia, sem aquele dose extra de testosterona fake.

Os vocais de Chris Daughtry estão cada vez melhores. Quem o viu ralando no American Idol pra se aperfeiçoar com as exigências do produtor (da Celine Dion!!!) David Foster, percebe que valeu a pena! Ouça a brilhante interpretação da balada "Call your name". Ou mesmo "Tenesse Line", herdeira de "Iris" do Goo Goo Dolls.

Sim, a mulherada vai amar as baladas mas vc, cueca, também pode curtir "Supernatural": aquele som pra ouvir estourando as caixas, ou "You don't belong".

O primeiro single "No Surprise", composto com o Chad Krogger do Nickleback, tem um refrão chiclete, bons vocais e uma guitarra a la "Van Halen".

Pensando friamente, o álbum é MUITO pop. Não vai mudar o mundo ou renovar a história da música, mas uma vez no seu Ipod, secretamente vai conquistando sua simpatia. Mesmo que seja um prazer secreto, curta o CD sem remorso!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Hit Parede no. 6 - Black Summer's Night, Maxwell



Toda vez que ouço Maxwel, fico intrigado! Como é que o cara consegue viver na NY do século XXI e soar recém-saído do estúdio com o Marvin Gaye?!?!

Seu último CD, Black Summer's Night, o primeiro de uma trilogia, é mais um belo retrato disso. Maxwell volta um pouco a calma deliciosa do seu primeiro CD "Urban Hang Suite". Cada música tem seu tempo, seu groove, sem stress.

Temos mais baladas que nos últimos álbuns do cara, mas a banda tem um groove incrível e abusa dos metais, marca registrada do artista. As batidas estão menos previsíveis, o que traz o CD para mais perto dos anos 2.000. Preste atenção em "Love you" e "Cold", as faixas mais animadas.

"Pretty Wings" e "Stop the World" são aquelas baladas envolventes, para HIPNOTIZAR a gatinha (ou o rapaz) e esquecer da vida. Legitimas herdeiras de "Sexual Healling" ou "Let's Stay Together"

O primeiro single "Bad Habit" é uma balada com o swing da trilha sonora do "Shaft". Incrível em Nova York, nos 70, hoje, onde quer que você esteja.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Hit Parede no. 5 - I Don't Wanna Be, Gavin Degraw

Boa surpresa de 2007. OK, eu sei que estou 2 anos atrasado, mas o cara é bacana. Vale a dica.

Gavin DeGraw se lançou nos EUA com o álbum "Chariot", com letras BEM espertas combinadas a ótimos arranjos de piano e guitarra. É um pop rock
bem feito, levemente influenciado pelas bandas dos anos 80. Nem só de vocoaders e emos se vive nos últimos anos. Graças ao bom Deus!

O cara se formou na faculdade de Berkley junto do John Mayer e embora façam sons diferentes, tem a mesma inteligência e sensibilidade. Aqui a gente percebe um pouco mais de açucar em algumas faixas e punch em outras.

A letra abaixo é bem bacana. Preste atenção!
Tem CD novo do cara, deste ano. Em breve posto a crítica aqui.

C'ya
______________________

I Don't Want To Be

Gavin Degraw

I don't need to be anything other
Than a prison guard's son
I don't need to be anything other
Than a specialist's son
I don't have to be anyone other
Than the birth of two souls in one
Part of where I'm going, is knowing where I'm coming from

[Chorus:]
I don't want to be
Anything other than what I've been trying to be lately
All I have to do
Is think of me and I have peace of mind
I'm tired of looking 'round rooms
Wondering what I've got to do
Or who I'm supposed to be
I don't want to be anything other than me

I'm surrounded by liars everywhere I turn
I'm surrounded by imposters everywhere I turn
I'm surrounded by identity crisis everywhere I turn
Am I the only one who noticed?
I can't be the only one who's learned!

[Chorus]

Can I have everyone's attention please?
If you're not like this and that, you're gonna have to leave
I came from the mountain
The crust of creation
My whole situation-made from clay to stone
And now I'm telling everybody

[Chorus]

I don't want to be [x4]

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Carta ao Michael



Michael, meu grande brother,

Estes últimos dias foram diferentes para mim. Muitos choraram sua morte, fizeram reflexões, resgataram sua história e eu fiquei quieto.

Alguns amigos se surpreenderam com minha sobriedade diante da notícia tão chocante. Fiquei cool. Triste, chocado, mas sem grandes arroubos.

Muito se disse sobre sua vida, suas conquistas e sua música. E acompanhei tudo com uma calma, que pode até parecer frieza. Mas, calma, brother. Devagar, mostro que esta reação está muito além do descaso.

Bem, eu nunca tive papas na língua para falar com vc, que sempre falou tão próximo a mim. Como já deve prever (conhecedor da mídia que você é...) agora, aqui na Terra, para muita gente é o momento de resgatar seus sucessos: rever shows, lembrar seu talento, admirar os passos...

Para a parcela mais medíocre da população, Michael - velha conhecida...- agora é momento de discutir suas plásticas, sua cor, seus casamentos, seus processos e toda a polêmica ao redor (que São Pedro tenha vetado o Globo Repórter aí no céu, cara...).

E é aí que eu e algumas pessoas nos sobresaimos. Sabe por quê? Nada disso nos importa. Nada disso vem a tona por um momento ou circunstância.

Thriller não entrou no meu Ipod agora. Simplesmente nunca esteve fora dele. Seus passos não voltaram a me surpreender porque desde os meus 5 anos de idade influenciaram o meu gosto pela dança. Sua música nunca deixou meus ouvidos, na sua própria voz ou por influência no Ne-yo, Mariah Carey, Justin Timberlake ou qualquer outro astro pop lançado depois de você.

Fico sim, feliz, por um grupo seleto de pessoas festejar sua grande qualidade: um legado impecável para as artes áudio-visuais, que une o rock e o soul, a música branca e a negra, o ballet e a street dance, som e imagem.

O melhor groove da música negra nunca saiu do meu sangue ou do meu som.
As mensagens de tolerância e amor das suas músicas nunca saíram da minha personalidade.
E toda a fofocaiada ridícula sobre a sua vida nunca me importou diante de tanto talento, determinação e positvidade.

Por isso, Michael, eu to tranquilo porque vc vai desse plano, mas nunca vai deixar a essencia dos amantes do soul, do groove e do amor.

Tamo junto e misturado pra sempre, mano! Vai com Deus.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sempre vale a pena, Seu Lula

Fiquei indignado com a declaração do nosso presidente, hoje no Globo.com: “Não vamos fazer da crise no Senado uma causa nacional. Temos coisas mais importantes para discutir no Brasil. O povo já viu muitos escândalos ao longo da história. O que mais temos são escândalos divulgados em verso e prosa, que depois não dão em absolutamente nada”.

Sabe por que não dão em nada? Porque o brasileiro se deixou iludir que é tudo muito complicado de se resolver. A fome, a educação, a lei...

A cura pra isso se chama determinação. Não importa quantas pilhas de roupas forem, ter a disposição de arregaçar as mangas e começar a lavar uma a uma até o fim. Não dá pra supor que é impossível resolver um problema e viver prejudicado por ele durante séculos.

Essa postura "deixa pra lá" do brasileiro, em pouco tempo vira ignorância e quando a gente vê, perdeu o controle e o que é pior, o valor das coisas. Esmiuçando o problema:
1- Por que esse assunto não seria muito importante pro povo? - Se nao fosse roubo, seria um erro crasso de administração do país onde eu vivo, para o qual eu pago MUITO imposto.
2- Por que é considerado tão trabalhoso fazer este tipo de investigação? Por que a gente tem certeza de que muita gente até querida vai ser denunciada? Por que é difícil desviar de poderosos? - Não deveria ser o bastante pra nos deter. Com paciência e estratégia, a gente consegue se livrar de todos estes perrengues.

O que é inadmissível é a opção pela ignorância.

Vc, meu amigo que RALA e entrega para seu chefe um relatório periódico do quanto produziu no mês, se vê falando pros acionistas da empresa: "Olha, esse mês eu nem fiz o relatório porque dá trabalho. Os dados nunca batem, tem sempre um buraco... Pra que perder meu tempo?"

Ou então digamos que vc tem um subordinado que rouba, sacaneia e a empresa toda descobre - com provas. Vc se ve dizendo: "Eu não sabia que ele tava roubando! Mas coitado, ta sendo massacrado pela opinião publica! E deve continuar empregado."?

Galera, tenho NOVAS: nas empresas onde trabalhei, se ele não sabia é incompetente e se deixou, conivente.

Nessas empresas, seu Lula, vale a pena sim descobrir o que aconteceu. Porque assim, todo mundo vigia a pataquada e não se sente subestimado.